Elas não querem ter filhos. Segundo pesquisas, essa é a realidade 37% da mulherada brasileira. Foi isso o que percebi entrevistando algumas mulheres para o podcast “Tô na Rua” em São Paulo. Algumas não querem ver a transformação de seus corpos, outras estão muito ocupadas e também tem aquelas que dizem não ter “dom” para ser mãe. Parece simples dizer, mas essas mulheres ainda são alvos de julgamentos e preconceitos.
“Nem terapia, eu faço. Imagina um filho!” – disse Cristina, de 33 anos, jornalista. Ela diz que prioriza sua saúde mental e conforto antes de tudo. Talvez, não teria condições psicológicas para cuidar de um bebê, afirmou com um olhar tímido.”Eu me sentia um monstro por não querer ser mãe”, confessou Anália, 45 anos, tatuadora.
Existe uma grande pressão para mulher se tornar mãe até determinada idade, pois, segundo nossa sociedade, o relógio biológico não esperará. Então, além da pressão estética, para estar sempre belíssima, também existe a pressão materna, e as duas parecem não combinar muito bem.
“Seja bonita, inteligente, sedutora, gostosa, empreendedora, feliz no amor, transe, cuide bem de sua casa, leve os filhos na escola, viaje, cozinhe, faça academia, tenha um gato, leia, tenha orgasmos múltiplos e seja produtiva”. Só de ler já cansa, não é? Imagine viver toda essa pressão que as mulheres sofrem diariamente na pele!
Algumas são chamadas de tiazonas, amarguradas e infelizes. Também tem aqueles que dizem que tudo o que elas precisam é encontrar o cara certo, mas elas não estão buscando um cara. As possibilidades de amores e dinâmicas de relacionamentos são inúmeras, mas a sociedade tradicional tapa seus olhos com a fenda da hipocrisia.
Escolher ter filhos ou não é uma decisão que depende da mulher, independente de crenças, religião, biologia ou opinião alheia. Decisões decidem destinos, por isso mulheres deveriam ter liberdade de decidir o que julgam melhor para si e para as pessoas ao seu redor. Com filhos ou sem eles, celebre sua existência. Cada caminho é único e cada mulher é singular.
