Nascida em Campinas, São Paulo, Viviane de Paula é escritora, atriz e pesquisadora em Literatura Negra. Graduou-se em Letras na PUC-Campinas e se especializou em Edição Textual e Tecnologia da Educação na Unicamp e Mackenzie. Parte de seus estudos em literatura negra, desenvolveu no Centro de Pesquisa em Cultura Negra, Schomburg Center for Research in Black Culture, em Nova Iorque, onde estudou por dois anos.
Ela se interessou pela escrita desde muito cedo, aos 10 anos, quando via a escassez de mulheres negras no panorama literário, o que lhe causava estranhamento e inquietação. Também fundadora da Texto e Contextos, uma editora tecnológica em seis idiomas. É autora do livro de poemas “Flores Roxas”, publicado em 2021, pela Editora Patuá. Inspirado nesse livro, em 2022, idealizou o espetáculo poético e musical “Poesias Plurais: como o afeto te afeta?”. Já visitou mais de 20 países, apreciando literaturas e culturas distintas.
Em 2024, lançou “Nem toda divindade tem asas”, Vivi de Paula nos convida a uma jornada ancestral que mescla mitologias africanas e índio-brasileiras com vivências contemporâneas por meio de personagens que se parecem um pouco conosco. Este livro de contos apresenta divindades que, embora possam parecer distantes, revelam-se surpreendentemente próximas ao nosso cotidiano. Com uma prosa poética e envolvente, a autora explora as narrativas de deuses e deusas de diversas culturas, como Tupi-Guarani, Iorubá, Fon, Zulu e Egípcia.
A obra é um convite para refletir sobre as nossas próprias divindades guardadas em nosso interior. Ao longo das páginas, a autora propõe que, assim como essas divindades, também somos feitos de fragmentos que se reconstroem e renascem a cada desafio. Em uma narrativa que vai além da simples leitura, o livro nos chama a uma imersão profunda em nós mesmos, mostrando que nem toda divindade precisa de asas para deixar sua marca no mundo.
Vivi de Paula embarcou em uma jornada de pesquisa intensa e profunda para escrever “Nem toda divindade tem asas”. Suas viagens pelo mundo não foram apenas geográficas, mas também espirituais e culturais, levando-a a explorar as raízes das divindades que inspiram os contos do livro.
No Cairo, Egito, Vivi foi impactada pelas antigas civilizações e seus símbolos, especialmente ao observar os entalhes nas pirâmides e as representações não binárias adornadas de ouro que irradiavam uma luz ancestral. Em Londres, no Museu Britânico, ela se deparou com estátuas de deusas poderosas como Vênus e Minerva, que seguravam serpentes e simbolizavam a força e a sabedoria femininas. Essas imagens a inspiraram a pensar sobre a representação e o equilíbrio de gênero na mitologia.
Outro marco importante foi sua visita a Cartagena das Índias, na Colômbia, onde conheceu o monumento de uma palenquera, uma figura emblemática da resistência africana em terras colombianas. Essas viagens enriqueceram a pesquisa de Vivi, permitindo-lhe criar contos que não só refletem os arquétipos de deusas e deusas, mas também dialogam com as realidades contemporâneas, como discriminação social, conectando mitologias e vivências de forma única e poderosa.
“Nem toda divindade tem asas” é mais que um livro; é uma experiência transformadora. Uma leitura que sacode, inspira e nos faz redescobrir a beleza de nos reencontrarmos, mesmo depois das quedas. Prepare-se para voar, mesmo sem asas.
“Abra em uma página aleatória”. Com exercícios de escrita terapêutica, uma obra que pode te ajudar a manifestar sua realidade de uma forma que talvez você nunca tenha feito.